terça-feira, 12 de maio de 2020

Celular na sala de aula

Celular na sala de aula? Pode!

       O celular é o aparelho mais usado pelos jovens, adolescentes e por boa parte das crianças. É o companheiro para todas as horas: despertador,  agenda, acesso rápido à internet, álbum de fotografias, armazenador de músicas e vídeos.  Nele eles encontram, informação, diversão e aprendem, mas como ferramenta pedagógica ainda é pouco explorado.
     Em geral, as escolas proíbem o uso do celular, ratificando a lei já existente e servindo-se dela para fazer valer a norma de não utilizar celular no ambiente escolar.
    Os aparelhos, porém apresentam cada vez mais novidades que podem e devem auxiliar a aprendizagem e alguns professores já começaram a solicitar o aparelho para desenvolver atividades em sala de aula, enfrentando para isso a resistência de setores mais tradicionais dos meios educativos.
    O que se vê dessas práticas são resultados positivos, pois além de educar o aluno para o uso correto do celular, motiva-se o mesmo na busca de conhecimento e novas formas de usar o tão precioso e querido objeto. O celular passa a ter uma utilidade a mais como ferramenta pedagógica não só para pesquisa e acesso à internet, mas como meio de autoria, criação, exercício da criatividade e do conhecimento, construção da autonomia; usando o celular o aluno pode criar textos, vídeos, fazer imagens, enfim, produzir.
    Outro fator que facilita o uso dessa tecnologia em sala de aula é o acesso, pois é uma tecnologia presente na maioria dos lares, mesmo dos mais desfavorecidos economicamente.
    Cabe a cada diretor, coordenador pedagógico e professor orientar seus alunos, fazer combinações que favoreçam o melhor uso possível do celular como forma de comunicação.
    Proibir é estar na contramão da evolução tecnológica.  É necessário o meio-termo, a percepção dos benefícios que podem ser alcançados tanto pelos alunos, na aprendizagem, quanto pelos professores na dinamização de suas aulas.

Sobre roubar rosas


Uma vez eu roubei uma rosa. Foi assim. Todas as manhãs eu passava pela casa de janelas grandes e grades altas onde rosas de todas as cores se entrelaçavam. Era dia do professor e eu ficara de levar uma flor pra professora e logo pensei nas rosas da casa de janelas grandes. Nessa noite meu sono foi agitado e pela manhã acordei mais cedo do que o costume. Sai de casa com o coração aos pulos, pois já via as rosas frescas, molhadas de orvalho, delicadamente penduradas na grade. Escolhi a mais bela e me espetando nos espinhos, cuidadosamente cortei a rosa. Linda. Vermelha. Perfumada.
A janela grande abriu e a dona da roseira gritou comigo furiosa. Eu olhei e falei “É só uma” e segui meu caminho.
Quando voltei da escola, mal entrei em casa fui agarrada pelos cabelos por uma mãe furiosa e cheia de vergonha pelo roubo que a filha tinha feito. Argumentei que “não era roubo”, que “a rosa ia morrer em dois dias”, que a “professora tinha ficado feliz”. Não adiantou: “era roubo”, “feio”, “não se mexe nas coisas alheias”, “podia ter pedido”, “como olhar pra cara da vizinha agora?”. Isso tudo entremeados a muitos tapas e pescoções.
Enfim, isso me ensinou a não roubar rosas, a não mexer no que é alheio e ajudou a me tornar uma pessoa capaz de se revoltar com os que o fazem sem escrúpulos. É indigno, é nojento ver o que está acontecendo com os recursos destinados ao combate à COVID-19 no Brasil. Roubar dinheiro de máscaras, respiradores, EPIs, desviar recursos, superfaturar são atitudes de pessoas que não têm escrúpulos, que não foram educados a respeitar o alheio, que não tem empatia, solidariedade, amor. Que só querem lucrar, mesmo que haja pessoas morrendo em consequência de seus crimes. Que eles sejam denunciados, punidos, fiscalizados por todos aqueles que aprenderam que roubar é feio, vergonhoso - mesmo que seja uma rosa, linda, vermelha, perfumada!
                                                                                  Marli Godoi